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Meira Júnior LE; Fialho MTCJ; Silva MFB; Lages AV; Faria CR
se encontravam próximos ao DEA, para que os mesmos realizado; 75 (19,5%) informaram ter realizado treinamento
pudessem ter clara visão do instrumento em questão. nos últimos 5 anos e 28 (7,3%) informaram treinamento
com utilização do DEA (Tabela 1).
Para coleta de dados utilizou-se um instrumento baseado
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em estudo prévio , após tradução, adaptação cultural e
linguística e tradução reversa. As questões abordavam o Tabela 1. Conhecimento da população em geral sobre o DEA*
conhecimento a respeito da desfibrilação de forma variada, e sua aplicação em local de grande fluxo de pessoas; Montes
incluindo desde a capacidade de identificar uma parada Claros (MG); 2016
cardíaca, reconhecer um DEA e consciência em relação
à disponibilidade do mesmo, como também a habilidade Variáveis (n) (%)
em manejar o equipamento. Reconhece o DEA
Sim 146 38,0
Seguindo o modelo do instrumento já validado, a
capacidade de reconhecimento do DEA foi avaliada Não 238 62,0
pela pergunta “Você sabe o que é esse dispositivo?”, Motivo atribuído ao DEA no local (parede)
com o entrevistador apontando para o equipamento. As Não sabe 188 49,0
variáveis independentes foram: sexo, idade, formação na Visibilidade 79 20,6
área da saúde, treinamento prévio em primeiros socorros Facilidade de acesso 61 15,9
e treinamento nos últimos 5 anos. Usar em emergências 46 12,0
Outros motivos 10 2,6
Os dados foram analisados por meio do Software Statistical Para que um DEA é utilizado
Package for the Social Sciences (SPSS), versão 24. A Aplicar choque em PCR 238 62,0
associação entre variáveis foi avaliada por meio do teste Reanimar 39 10,2
qui-quadrado. As variáveis que se mostraram associadas Para problemas cardíacos 18 4,7
à incapacidade de reconhecimento do DEA até o nível de Em caso de enfarte 13 3,4
20% (p<0,20) foram avaliadas em conjunto por meio da Não sabe/outras respostas 76 19,8
regressão de Poisson, com variância robusta, assumindo-se Tem ciência da acessibilidade de desfibrila-
para o modelo final o nível de significância de 5% (p<0,05). dores em locais públicos
Sim 97 25,3
Todos os preceitos éticos foram respeitados na condução Não 287 74,7
deste estudo. O projeto de pesquisa foi apreciado e Obteve treinamento em Primeiros Socorros
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição durante a formação
dos pesquisadores (Parecer 1.561.757/2016). Todos os Sim 105 27,3
participantes, após terem sido esclarecidos em relação Não 279 72,7
aos objetivos e procedimentos do estudo, concordaram Participou de treinamento nos últimos 5
com a pesquisa e assinaram um Termo de Consentimento anos
Livre e Esclarecido. Sim 75 19,5
Não 309 80,5
RESULTADOS Já realizou treinamento específico com
DEA
Sim 28 7,3
Participaram do estudo 384 indivíduos. Houve ligeiro
predomínio de pessoas do sexo masculino (54,9%) e com Não 356 92,7
idade entre 18 e 40 anos (60,2%). Entre os entrevistados, Pessoas autorizadas a usar o DEA disponí-
vel em locais públicos
59 (15,4%) tinham formação na área da saúde.
Pessoas com treinamento 140 36,5
A Tabela 1 apresenta o consolidado das principais respostas Qualquer pessoa 92 24,0
sobre o DEA. O percentual de pessoas que reconheceram Profissionais de saúde 69 18,0
o DEA foi de 38,0% (IC95%=33,1-41,3). Praticamente Médicos 18 4,7
metade dos entrevistados não soube responder sobre Socorristas 16 4,2
o motivo do equipamento naquele local (49,0%). Outros 49 12,8
Aproximadamente um quarto dos respondentes (25,3%) Usaria o DEA em casos de urgência
tinham ciência da existência da disponibilidade do DEA Sim 250 65,1
em locais públicos. Não 134 34,9
DEA -Desfibrilador Externo Automático.
Quanto à realização prévia de treinamentos de primeiros
socorros, 105 (27,3%) respondentes informaram ter
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